Ultimamente, o futuro é retratado
no cinema como algo mórbido, frio e devastador depois das atrocidades cometidas
pela própria raça humana. Podemos acompanhar essa visão nas recentes distopias ‘Mad Max – Estrada da Fúria’, ‘Jogos Vorazes’, etc...., contudo, o
futuro pode ser algo promissor, em que a tecnologia possa ser capaz de
construir um mundo pacífico, com cores e trazendo um ar nostálgico.
É com essa nostalgia que a Disney apresenta ‘Tomorrowland
– Um Lugar Onde Nada é Impossível’, adaptação dirigida por Brad Bird sobre uma atração do parque
turístico, que aponta uma visão otimista do futuro. Escrito por Bird em
parceria com Damon Lindelof, a trama
inicia durante a Feira Mundial de 1964, sediada em Nova York. No evento
conhecemos o jovem Frank Walker (Thomas Robinson), um pequeno e notável
cientista responsável por criar um jato propulsor portátil no estilo Rocketeer.
Seu otimismo atrai a atenção de Athena (Raffey Cassidy), uma robô que trabalha
ao lado de Nix (Hugh Laurie), um dos grandes nomes do evento. Com a ajuda de
Athena, Frank consegue acesso a Tomorrowland, uma cidade futurista ambientada
pelas mentes mais criativas da humanidade. Algo sai errado e, muitos anos mais
tarde, acompanhamos Frank (Clooney)
envelhecido, amargurado e isolado. Enquanto isso, a jovem fissurada por
ciência Casey Newton (Britt Robertson) reencontra um pequeno pin que leva ao
encontro de Athena, que a obriga a pedir auxílio de Frank. Esse encontro chama
a atenção de misteriosos agentes dispostos a elimina-la.
A linha narrativa ágil constrói
um ambiente envolvente desde o início da jornada de Casey, interpretada de
maneira enérgica e carismática por Robertson. A atriz desempenha com
competência a visão da jovem que acredita que tudo é possível. A personagem
sempre se mostra determinada e não aceita que opiniões contrárias a façam voltar
a desistir de seus sonhos. O contraponto está em Frank, que por anos de
decepções acabou perdendo a crença de um futuro brilhante. Clooney interpreta
com autoridade o personagem e sua química com Robertson é deveras importante
para o desenvolvimento do longa. Contudo, a pequena Raffey Cassidy se sobressai
com a androide Athena. A atriz demonstra muito potencial ao desempenhar uma
dimensão emocional necessária para a personagem, algo que conquista subitamente
os personagens, mas também o público.
Embora destacado como o vilão,
Hugh Laurie faz de Nix um sujeito realista diante das circunstâncias. Fica
difícil não aceitar suas alegativas a respeito da humanidade não saber lidar
com os problemas transformando-os em uma bola de neve, levando a consequências
graves como epidemias, fome, etc..... Contudo o roteiro de Bird e Lindelof faz
de Nix um típico vilão caricato da Disney.
Tomorrowland – Um Lugar
Onde Nada é Impossível está sendo incompreendido, haja vista, os
resultados na bilheteria americana. Brad Bird apresenta uma história
engenhosa e que deve ser encarada com o mesmo olhar ingênuo e otimista do
jovem Frank e da jovem Casey. Os dois tem muito para nos ensinar quando são
capazes de defender aquilo que acreditam com uma paixão que falta hoje em nós
adultos, que costumamos ser pessimistas e sisudos como o velho Frank.
Nota: 3,5/5,0
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