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domingo, 18 de novembro de 2018

Crítica Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald.


Após dois longos anos, finalmente a sequência de Animais Fantásticos e Onde Habitam chegou aos cinemas. E o que posso dizer de maneira geral, é que este segundo filme da franquia é um bom filme, apesar de eu ainda preferir o primeiro, Crimes de Grindewald não decepciona, pelo menos não completamente.

Com uma fotografia maravilhosa, um elenco de grandes nomes, efeitos visuais incríveis e uma trilha sonora de arrepiar, posso dizer que a espera valeu a pena. A cada cena, o sentimento de nos sentirmos em casa, por ter a oportunidade de retornar a esse universo que tanto amamos só cresce. Principalmente, quando retornamos a Hogwarts ao som de Hedwig's Theme, é de arrepiar todos os pelos do corpo. Apesar deste filme conter inúmeros erros de roteiro, além de ignorar elementos do filme anterior, ele não é de todo mal. Sabemos muito bem como a cabeça de J. K. Rowling é complexa, tanto que ela trouxe isto para o roteiro deste filme, mas também sabemos de sua genialidade e de que ela não entregará o ouro até o capítulo final, ou melhor, o longa final.

Como prometido, Animais Fantásticos 2 nos apresenta uma trama complexa e bem mais sombria, envolvendo questões políticas com veemência, além de inúmeras reviravoltas, nas quais boa parte já tínhamos certeza. Temos a apresentação e ascensão de um vilão, que posso dizer que se iguala a Erik Killmonger, de Pantera Negra, por seus atos inescrupulosos onde acabamos vendo até uma certa concordância. Como já tenho dito, o roteiro de J. K. Rowling inclui erros de concordância com o filme anterior e de narrativa, mas é perceptível que este segundo filme, além de ser um filme de transição, é mais uma peça do grande quebra-cabeça de Animais Fantásticos, onde só entenderemos, quando todas as peças estiverem na mesa encaixadas.

Personagens


Por ser uma trama com uma vasta gama de personagens, boa parte deles, infelizmente acaba por ter pouco tempo de tela. Um exemplo é a personagem Nagini (Claudia Kim), quando foi anunciada que a cobra de Lord Voldemort retornaria a este universo, logo todos e inclusive eu, ficaram em polvorosos pra saber mais sobre este passado da personagem, que até então ninguém fazia ideia, porém Nagini acaba sendo apenas mais uma das personagens que aparecem neste filme, que não possui desenvolvimento claro e esclarecedor.

Eddie Redmayne retorna na pele do peculiar Newt Scamander. Se ele mostrou maestria em sua atuação no primeiro, neste ele não só confirma sua ótima performance, como também se mostra muito mais à vontade no seu papel. A sua relação com Teseu (Callum Turner) é estranha, mas muito interessante, pois mesmo com pensamentos e opiniões opostas, o sentimento fraternal fala mais alto, fortalecendo a química dos dois. Mas ainda há muito que explorar na relação dos irmãos.

Jude Law é a escolha certa para ser o jovem Alvo Dumbledore e ele está muito bem aqui. Além de cativante, sua relação com Newt é sensacional, gerando uma química boa entre os dois. Há poucas cenas do personagem, uma vez que existe algo que o impede de se envolver no confronto com Grindewald.

Ezra Miller retorna perdido e desesperado para saber mais sobre sua origem, quem é sua verdadeira família e como ele foi parar nos EUA. Apesar do desfecho que seu personagem toma ao final do filme, a impressão que fica, foi de que seu personagem foi bastante mal aproveitado nesse segundo filme, apesar de todo o potencial que sabemos que Miller pode oferecer.

Outra personagem curiosa é Leta Lestrange, no entanto, seu papel fica um pouco a desejar na história. Noiva de Teseu Scamander (irmão de Newt), o público descobre mais sobre o passado e a origem de Leta, além de atitudes que nos levam a mais um plot twist. No entanto, o que incomoda é a atuação apática de Zoe Kravitz, que se ausenta de ter uma personalidade mais forte e expressões que possam convencer melhor o público sobre sua dor e seus conflitos internos.

Se no primeiro filme Tina, Jacob e Queenie destacaram-se por seus papeis bastantes carismáticos, infelizmente em Animais Fantásticos 2, eles ficam bem apagados. Katherine Waterston (Tina) está menos empática e quase deixada de lado, nos entregando uma personalidade fraca ao potencial de sua personagem. Já Queenie (Alison Sudol) sofre um enfraquecimento ainda maior, fazendo com que sua personagem tenha virado quase como uma criança birrenta, bem distante da personagem bastante carismática e alegre apresentada no filme anterior e sua relação com Jacob (Dan Fogley) é pouco aproveitada, deixando o personagem perdido na trama, com ações inúteis e não muito bem contextualizadas.

E por último, mas não menos importante, temos o nosso protagonista do filme, Gerardo Grindewal. Johnny Depp rouba a cena toda vez em que aparece. Sua rápida aparição no final do primeiro filme foi apenas um gostinho da grandiosidade de seu personagem. Enigmático, observador e bastante perspicaz, o vilão sabe exatamente o que fazer e como agir. Para os mais aficionados por história, é bastante perceptível sua comparação a outros líderes extremistas do nosso passado, que através de palavras bastantes persuasivas, conquistaram numerosos seguidores fiéis. Sempre baseando-se na filosofia do “bem maior”, Grindelwald impõe um clima tenso sempre que aparece, algo que Lord Voldemort nunca conseguiu.

Animais Fantásticos


Apesar do medo de muitos fãs de que as criaturas que dão nome a essa nova franquia ficassem apagadas com o decorrer da história, podem ficar despreocupados. Aqui, apesar delas não serem mais o tema central da história, suas aparições em muitos momentos do filme são cruciais e importantes para história. O nosso tão amado Pelúcio retorna ainda mais carismático, com direito a filhotinhos ainda mais fofos do que ele. Junto de Picket, o Tronquilho, essas criaturinhas arrancam sorrisos e suspiros de quem assiste. Temos também os novos animais belíssimos que nos são apresentados, como O Cavalo do Lago, um Zouwu, um Oni, Gatos Espirituais e muitos outros.

É bastante claro o amadurecimento dos efeitos dos animais em relação ao filme anterior. A perfeição dos detalhes de cada um destes seres mágicos são de encher os olhos cada vez que eles entram em cena.

Considerações finais


Sendo uma sequência recheada de reviravoltas, histórias que podem ser melhor desenvolvidas nos próximos filmes (pelo menos é o que eu espero) e um final chocante, que vai gerar pano pra manga até 2020, ano em que o terceiro filme da franquia deve estrear, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald é um filme, que amplia ainda mais este universo, o torna mais sombrio e tenebroso, mas também aquece os corações dos fãs, por nos fazer retornar a este universo fantástico. É um filme que vale a pena assistir mais de uma vez para prestar atenção nos detalhes, referências e nomes mencionados, pois acredito que Crimes de Grindewald é aquele tipo de filme que a princípio é mal interpretado por ter uma narrativa diferente, mas que tem tudo para ser admirado quando tudo for revelado nos próximos anos.

Nota: 3,5 de 5,0.

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