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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Crítica | Jogos Vorazes: A Esperança - O Final


O grande final da saga de Katniss Everdeen enfim chega ao seu ápice nos cinemas, enquanto eu assistia ao filme ficava pensando como poderia escrever uma crítica para essa história tão instigante, apesar de gostar muito da franquia vou tentar me distanciar e fazer uma análise mais técnica, como um amante do cinema.

Katniss não é mais a mesma jovem que se voluntariou como tributo no lugar da irmã no primeiro Jogos Vorazes, a franquia amadureceu junto de sua protagonista. A Esperança – O Final tem a mesma responsabilidade da personagem, concluir seu arco e satisfazer aos que o cercam.

Vindo da decisão do estúdio de dividir o último livro em duas partes (uma irritante jogada de marketing que detesto), o filme começa exatamente de onde a Parte 1 terminou, deixando perdido quem não viu o outro capítulo. Ao contrário de seu antecessor, o longa usa bem o tempo extra para desenvolver seus personagens, porém, esses minutos a mais acabam por arrastar a história em alguns momentos da trama.

Enquanto os dois primeiros lidavam com a crítica aos espetáculos e o terceiro a propaganda, esse último alivia nas reflexões e foca no campo de batalha. O sentimento ao assistir o longa é de um filme de guerra, não só pelas cenas de ação, mas pelo clima que ronda a película. A resistência, o jogo político, a união que se cria entre a unidade, tudo está lá, até mesmo o transtorno pós traumático, que ganha vida na figura de Peeta (Josh Hutcherson).

Após se vender como a líder da rebelião, chegou a vez do Tordo tomar frente na batalha. Jennifer Lawrence faz um bom trabalho dando vida à nova fase de Katniss, deixando de lado a heroína abalada do último capítulo, para se tornar em alguém decidida com um objetivo bem claro: Matar o Presidente Snow (Donald Sutherland), que representa toda a opressão que a Capital oferece.

No quesito ação, o longa se destaca como um dos melhores. Trazendo de volta o clima da arena, onde armadilhas são plantadas por toda a cidade. Como diz Finnick: “Sejam bem-vindos a 76ª edição dos Jogos Vorazes”. O maior destaque fica para a cena dos túneis, que funciona pela ação e principalmente pelo tom de terror da sequência, lembrando que o diretor Francis Lawrence foi responsável pela subestimada adaptação de ‘Constantine’ para as telas.

O maior incômodo que se encontra na história é o triângulo amoroso entre Katniss, Peeta e Gale (Liam Hemsworth). Presente desde o começo da franquia, a 2ª parte de A Esperança acaba por dar um foco maior para o tema. Enquanto a relação dela com Peeta faz sentido, até por toda a construção desde o primeiro o filme, quando se coloca a 3ª parte da equação, vemos um romance que foi colocado para agradar os fãs do livro. Vendo a conversa dos dois enquanto ela dorme, é impossível não se lembrar de uma cena parecida que ocorre na ‘Saga Crepúsculo’. Longe de prejudicar a história, mas com uma importância que podia ser melhor dosada.

Outro incômodo é a morte de alguém importante para a heroína, apesar da cena ser bem construída, faltou o apego emocional no restante do filme, coisa que havia sido tão bem trabalhado nos anteriores.

O clímax da história consegue trazer a posição política de volta. Destaque para a cena em que Donald Shutterland brilha com sua despedida ao imponente e carismático vilão. O elenco secundário que ganhou destaque na primeira parte, agora se rendem a poucas falas, apenas para marcar presença. Uma importância maior é dada somente ao esquadrão que vai à guerra.

Katniss se despede assim como sua franquia. Um final satisfatório, mesmo que diferente do que esperado por alguns. A Esperança – O Final pode até não ser o melhor da franquia (Em Chamas é um exemplo perfeito de como dosar na medida certa o espetáculo), mas é um desfecho decente para Jogos Vorazes, uma série importante para os dias atuais.

Nota: 4,0/5,0

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