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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Crítica | 007 Contra Spectre


Ele está de volta, Daniel Craig retorna uma última vez para viver o espião mais famoso do mundo: James Bond. Com uma trama que tenta amarrar todas as pontas soltas dos outros três filmes, ‘007 Contra Spectre’ chega com o pé direito.

Aqui, sua trama chega ao ápice quando a organização Spectre, sai das sombras para luz, liderada pelo vilão Blofeld (Christoph Waltz). Apesar de ser uma ideia interessante e até de certa forma bem construída no filme, essa conexão destoa de todas as outras histórias de James Bond, que eram isoladas e sem grandes ligações umas com as outras. A interpretação de Waltz é boa, mas muito aquém das melhores do ator. Já o vilão vivido por David Bautista é totalmente esquecível, o que se exterioriza no número de falas do ator: apenas uma, quase um Rodrigo Santoro em ‘As Panteras: Detonado’. Ainda sente-se uma falta do viés um pouco mais cartunesco que imortalizou vários vilões da franquia de 007, aliás, esse é um problema da franquia de Daniel Craig que sempre primou por um realismo meio que desnecessário.

O longa também toca em algumas questões sobre a famosa licença para matar do espião, cujo boa parte disso se dá pelo relacionamento de James com Madeleine Swann (Léa Seydoux), a Bond Girl da vez. Entretanto, o tema é mal desenvolvido na trama e em nenhum momento parece que James se sente desconfortável com a vida que escolheu.

Por outro lado, os efeitos especiais de Spectre são bastante satisfatórios, o filme não decepciona de forma alguma, como por exemplo: a cena de abertura que se passa durante o dia dos mortos na Cidade do México, é impecável assim como a cena de perseguição que acontece em Roma, que é excelente e brinca com alguns elementos da mitologia do personagem com as armas saindo do carro, mas a cena mais eletrizante com certeza é a perseguição na Áustria, que não darei mais detalhes para não estragar a surpresa de quem ainda não assistiu.

Essa é de longe a melhor atuação de Daniel Craig como 007. O ator britânico consegue transpor todo o charme e o perigo inerente da personalidade do espião. O Q vivido pelo ator Ben Whishaw consegue entregar um bom personagem que é responsável por várias cenas cômicas junto com Eve Moneypenny (Naomie Harris).

Contudo, ‘007 Contra Spectre’ consegue encerrar a passagem de Daniel Craig na pele do personagem criado por Ian Fleming com chave de ouro, apesar de o diretor Sam Mendes dizer que este é o fim para a era de Craig, podemos perceber que uma continuação pode ser possível pelo modo de como o filme termina.

Nota: 4,0/5,0

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